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  • Iluminação cênica deu show nos desfiles do Grupo Especial do Rio

    Iluminação cênica deu show nos desfiles do Grupo Especial do Rio

    O uso da tecnologia foi bem aceita, mas carnavalescos defendem uso com critério. O fato é que a evolução dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro do grupo especial avançou em várias frentes ao longo das últimas décadas, desde a construção do Sambódromocomo, como a reciclagem do lixo produzido. Esse ano a Marquês de Sapucaí completou 40 anos e houve festa para comemorar a data. Em 2024, um novo foco de inovação ficou evidente com a aposta na iluminação cênica. Desde 2023, ela já estava no cardápio dos carnavalescos, mas  era vista com certa resistência, mas o efeito esse ano encantou o público. No carnaval deste ano, com a adesão de mais escolas, esse recurso deu um show a parte na avenida.

    O uso da tecnologia ainda divide opiniões. O carnavalesco campeão deste ano,  com a Viradouro, Tarcísio Zanon, em entrevista à Agência Brasil, acredita que a iluminação é mais uma ferramenta que a escola tem para a construção da magia do espetáculo.

    “Hoje, com essa nova implantação, a gente consegue trazer uma alma para o momento que a gente quer contar. Eu sou da opinião de que a luz pode agregar à arte do fazer carnaval na escola de samba. Ela não pode descaracterizar o que já é construído há muito tempo. O carnaval não é uma parada iluminada. O carnaval é uma arte popular que prevê o brilho, o volume, o exagero, o glamour, a beleza. É a fantasia. Então, o detalhismo que existe no carnaval precisa ser visto. Ele não pode acontecer, por exemplo, em um momento de tudo se apagar ou apagar aleatoriamente e ficar por muito tempo.”

    PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO COM AS ESCOLAS

    A iluminação cênica, que neste ano chamou tanta atenção, tem por trás um sistema com 570 refletores, sendo 510 diretamente voltados para a pista de desfiles; três movings light, que projetam luzes coloridas sobre qualquer elemento na avenida e mais três refletores de led do tipo RGBW. Conta ainda com uma infraestrutura de 24 quilômetros de fibra óptica e 14 câmeras de visualização na sala de controle instalada no setor 10 do Sambódromo. Conforme a Rioluz, o local tem duas mesas de controle operadas por técnicos que têm no currículo operações de grandes shows como o do cantor Paul McCartney e do grupo Coldplay.

    A sala foi projetada pela Parceria Público-Privada (PPP) de iluminação pública da Prefeitura do Rio de Janeiro, entre a Rioluz e a subconcessionária Smart Luz. Por meio de quatro TVs que exibem imagens em tempo real dos setores da avenida e de uma projeção 3D é possível verificar como as luzes estão sendo vistas pelo público. A Rioluz informou que o investimento na tecnologia, que integra os projetos especiais do contrato da PPP, ficou em R$ 18 milhões.

    Nos últimos 40 dias a empresa que operou o sistema pôde trabalhar junto às agremiações para a realização de testes. Cada dia uma escola de samba teve oportunidade de estudar e ver através de aparelho de 3D como ficaria o desfile e usar essa tecnologia.

    Lembrando que a Unidos do Viradouro foi a grande campeã do carnaval 2024. A Vermelha e Branca de Niterói mostrou as serpentes que são objeto de culto na tradição africana. Em “Arroboboi, Dangbé”, o enredo pedia proteção à grande cobra mítica. Para diversos sistemas de crenças, como o da nação jeje, o réptil tem poderes de regeneração, vida, transformação e recomeço.

    A Viradouro, a última das 12 escolas a desfilar, já na manhã de terça-feira (13), também detalhou as crenças voduns de povos africanos e na força das mulheres da Costa da Mina, uma poderosa irmandade de guerreiras. Essas guardiãs foram protagonistas do filme “A mulher-rei”, com Viola Davis.

    A agremiação do Barreto liderou a apuração de ponta a ponta e, nas notas válidas, gabaritou os quesitos. Terminou com 270 pontos, ou 100% de aproveitamento entre os pontos possíveis. A vice, a Imperatriz Leopoldinense ficou 7 décimos atrás, com 269,3. A Viradouro só tirou 3 notas diferentes de 10, todas descartadas, segundo o regulamento: 9,9 em alegorias, 9,9 em mestre-sala e porta-bandeira e 9,9 em enredo.

    A Acadêmicos do Grande Rio ficou colada na Viradouro e dividiu a 1ª posição até metade da apuração, mas começou a perder décimos em sequência e terminou em 3º, atrás da Imperatriz.